No réveillon de 2010/2011 eu e Fernando estávamos em Paris a passeio, ele já conhecia um pouco da cidade e me apresentava alguns pontos turísticos, e outros não tão turísticos para alguns.
Para mim, existem duas coisas que não gosto de deixar de fazer em Paris: andar por bairros desconhecidos (com um certo medo de me perder, é claro) e ir ao teatro, seja para ver uma peça, ou um show… Ah! Tem uma terceira coisa também, e uma quarta, quinta, sexta…
Bom, mas voltando à 31 de dezembro de 2010: nós fomos à Cartoucherie – um lugar incrível – assistir um espetáculo do Théatre du Soleil, Les Naufragés Du Fol Espoir, e lá durante o intervalo do espetáculo, coincidentemente encontramos uma amiga que havia estudado no mesmo curso de graduação que eu e estava trabalhando como estagiária voluntária lá, daí pedimos pra ela nos apresentar ao Maurice Durozier, a Juliana Carneiro, atores que fazem parte da Companhia. E assim foi… e no dia seguinte estávamos eu, Fernando, Chris (minha amiga), Maurice (francês de alma latino-americana, Aline e outros atores brasileiros numa mesa almoçando, e em outras mesas, outros participantes do grupo, inclusive a Ariane Mnouchkine, fundadora e diretora do coletivo. Nessa mesa, nós convidamos Maurice à ir pra Natal trabalhar com o nosso grupo Clowns de Shakespeare, e em outubro ou novembro de 2011, depois de outras conversas com Fernando, lá estava Maurice dando uma oficina pro grupo e outros artistas de Natal, com base na peça Ricardo II de Shakespeare, no nosso espaço de trabalho.
Passaram-se mais alguns anos, e pensando um pouco sobre a raiz do projeto, acredito que ele nasceu naquele réveillon, pois foi lá que o meu olho brilhou ao conhecer à Cartoucherie de Vincennes onde cinco grupos de teatro se instalaram, e em especial o espaço do Soleil, lugar que respira e inspira arte, e que não por acaso, segundo Maurice, hoje colabora com a nossa residência, pois na história da Cartoucherie também existe um passado de exilados.
Lembrei de um fragmento de um poema, (acho que é de Bráulio Tavares), nem sei bem como começa o poema, mas acho que o fim é algo tipo assim: ” (…) Olha aqui seus putos (…) somos todos exilados, uns em outro mundo, (…) o resto em outro futuro”
Vou procurar o poema completo e escrever aqui!
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Massa, Lenilton. Vou procurar o poema também…
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